sexta-feira, 27 de junho de 2008

Duas coisas (talvez mais)

Antes de mais nada, este blog não é actualizado desde que se fez ouvir o Grito do Ipiranga. Eu, sozinho e destemido, vim mudar isso. Sou, no fundo, o maior. Mas sou também tramado, portanto não digo quando vou fazer as próximas actualizações. Se as fizer.

Ponto 2 (dois): É tarde.

Posto isto, vamos para a parte que interessa. Hoje apetece-me falar de revolta.
Nos últimos tempos o nosso país encontrou uma parte da alma nacional que nos une a todos, que há já algm tempo não se fazia ouvir com tanto alarido. Não me levem a mal, sempre lá esteve, mas era mais barulho de quem tem um vizinho a fazer remodelações em casa todos os fins-de-semana, fazendo questão de começar a bricolage ás 9 da matina (deve saber melhor, digo eu). Adiante.
A dita parte da alma portuguesa a que me refiro, tem andado a preencher páginas de jornal e incontáveis minutos na antena jornalística. Toda a gente se queixa. Está tudo muito caro. Eu não quero trabalhar. O menino roubou-me o gameboy (ou PSP, para quem nasceu depois de 1992). Queixam-se, gritam, atiram legumes e peixe para o chão para fazer birra. Ele é vê-los a apitar, a partir, a bater na polícia, a serem batidos por polícias. Há de tudo para todos os gostos.
Sinto-me um homem dividido. Por um lado, nunca tendo bebendo uma gota de álcool na minha vida, sinto que me está a passar ao lado uma oportunidade de ouro para começar a emborrachar-me como um valente. Se os sinais apontam para um fim da sociedade portuguesa como a conhecemos, nunca valeu tanto a pena agarrar a garrafa.
Ficar alcoolizado num jogo de futebol, por divertido que seja, não deve ser tão arrebatador como estar completamente bezana no meio de um motim civil, a levar com bastões da cavalaria da PSP no lombo.

Numa nota mais séria, fico por aqui.
É tarde, vou para a cama e tentar não pensar que amanha posso acordar com o meu vizinho armado com uma forquilha e um archote a correr para a Assembleia da República, em fúria.

Um bem Haja, e obrigado pela preferência